Há poucos meios para os quais os contos do Irmãos Grimm ainda não foram adaptados. Estórias e filmes para crianças mostram versões um pouco menos macabras dos originais, mas há algo no folclore gótico dos Grimm que ainda reina na imaginação popular. Não interessa que tipo de adaptação seja feita - musical, infantil ou moderna - a essência dos contos originais permanece. A Grimm City, concebida pelo escritório FleaFolly, é uma dessas adaptações.
Os modelos e desenhos incrivelmente complexos são um trabalho que o FleaFolly - composto pela dupla Pascal Bronner e Thomas Hillier - chama de arquitetura narrativa. Tomando os contos dos Irmãos Grimm em sua essência, a dupla usou os mundos criados pelos irmãos em 1812 como DNA para seu próprio universo. Insatisfeita com simplesmente tomar a essência tangível dos Grimm, Grimm City se mostra um conceito de mundo completamente articulado, com instituições e infraestruturas que são, ao mesmo tempo, macabras e encantadoras. Não se trata apenas do modelo de um conjunto de estórias, mas de uma estória completa em forma de cidade.
Não há referências diretas aos contos - em vez disso, a cidade imaginada consiste em estruturas sugestivas, entre as quais a Floresta de Prata, o Barômetro e a Estrela da Manhã que irradia luz e sombra sobre a cidade. Rica em detalhes e mistério, a cidade criada pelo FleaFolly faz jus às pinturas e ilustrações seculares sobre os contos de Grimm.
A dupla realizará uma oficina no segundo semestre deste ano no Tate Modern, em Londres, com o objetivo de usar a arquitetura narrativa para "projetar e construir uma vila fictícia em miniatura feita inteiramente de papel" que remeta à memória coletiva e subconsciente do grupo presente.
Arquitetos: FleaFollyArchitects (Pascal Bronner & Thomas Hillier)
Local: Alemanha e Reino Unido
Equipe de projeto: Alexander Nacu, Alexandra Arad, Azza Al Hinai, Cristian Bucataru, Michela Bonomo, Ramona Bittere e Sam Little
Ano: 2012
Fotografias:FleaFollyArchitects
Referências: BLDGBLOG e It's Nice That
